Catembe é o mais parecido que nós temos em Portugal com a margem sul do Tejo, só que aqui não há Setúbal nem ponte Vasco-da-Gama, apenas uma meia dúzia de cabanas perdidas no meio de terras semi-cultivadas e uma extenção de costa a perder de vista pela linda baía de Maputo.
Para ir para o outro lado, temos de apanhar o ferry na baixa, e para ir para a baixa, temos as alternativas postadas em “TpM – Transportes públicos Mz ”, das quais escolhemos, adivinhem: o Chapa, claro está.
A meio do caminho, as pessoas foram saindo e a nossa colega Virgínia - um ser humano dotado de uma energia aparentemente inesgotável - ganhou então coragem para pedir ao condutor para colocar música tradicional. Imaginem portanto, o cenário dantesco daquela gente toda a tentar fazer com o corpo, aquilo que só era possível fazer com os olhos, ao ritmo da passada moçambicana… foi uma viagem no mínimo inesquecível e muito divertida.
Chegados à Baixa da cidade, antes de encontrar o local de embarque, ainda passámos por alguns símbolos da cidade, como são o Mercado Municipal, a Fortaleza, os Ministérios e o mais recente Maputo Shopping Center, uma construção contrastante com a realidade do resto da metrópole, que tristemente me faz recordar os demais e desproporcionais shoppings espalhados pelas cidades portuguesas. E eis que estamos na marginal 25Setembro prestes a apanhar o ferry para o outro lado da baía. E que barcaça velha nos esperava, “não sei como vamos chegar lá nisto” pensava eu para mim. Depois de todos encaixados, motores ligados e narizes ambientados ao odor intenso de muitos anos de travessias, a barcarola parecia ter-se transformado num Catamaran trans-oceânico, vá talvez esteja a exagerar um pouco… Mas chegámos lá!
A praia de Catembe é tudo menos paradisíaca, repleta de lixo, carcaças náuticas e com uma água castanha e opaca, fruto da poluição da cidade e das areias da baía. Enquanto uns desiludiam com o cenário, a nossa colega Ana reparou numa velha placa ferrugenta que publicitava “Gallery Hotel - jacuzzi, pool, volley" a 3km. Alugámos outro “chapa” e lá fomos. Já no hotel, este apresentava um bom ar apesar da sua construção datar de 1920, jacuzzi não havia e volley já não se jogava ali desde… 1920! Restava a piscina que era bastante agradável, com água limpa e quente, e uma vista privilegiada por cima do mar da baía, tocada ao longe pelos prédios altos da cidade.
A certa altura, a curiosidade falou mais alto e decidimos ir ao banho santo ao entrar pela primeira vez no Oceano Índico, escusado será dizer que rapidamente voltámos para a piscina, porque para além dos desagradáveis 35ºC de temperatura da água (que nos dá a sensação de estarmos numa sopa), havia algumas pequenas alforrecas qu inclusivamente encontraram no pé do Figueiredo um bom local para se roçar... Nada que umas gotas de vinagre não solucionem!
Espero que tenham gostado de sair de Maputo comigo desta vez, outras viagens estarão para vir.
Beijos&abraços
Nuno
Ainda reclamavas tu dos smtuc cheios para a ida para a universidade!
ResponderEliminarDesde um mergulho por mim??
Beijos ********
sim dei, mas na piscina...
ResponderEliminarTenho saudades dos nossos Mercedes amarelos de 54lugares :)
Beijos***